top of page
Buscar

A linguagem das figurinhas

  • Foto do escritor: Beto Scandiuzzi
    Beto Scandiuzzi
  • 5 de mai. de 2023
  • 2 min de leitura

Descobri a existência do emoji pouco tempo atrás quando, escrevendo no WhatsApp, a Ro me aconselhou a usar um. O argumento era que o desenhinho agregaria emoção, calidez, carinho, empatia à mensagem. Desta data em diante, toda vez que escrevo no celular, me lembro da Ro e me pergunto se cabe um emoji. Às vezes o uso, mas sempre com parcimônia.

No dr. Google descubro que emoji vem do idioma japonês e é composto pela junção dos elementos e (imagem) e moji (letra); significa “caractere escrito” e que se agrega aos textos transmitindo a ideia de uma palavra ou frase completa. Podem transmitir carinho, como me ensinou a Ro, mas o que está por trás é a ideia de gastar menos tempo na composição da mensagem.

Descubro também que a história do emoji vem dos anos 90, quando já havia um conjunto deles desenvolvido para um telefone da Pionner até explodir nos celulares alguns anos atrás, primeiro com a Apple e depois nos demais fabricantes. Atualmente a popularidade é tão grande que um deles foi escolhido com The Word of the Year em 2015 pela Oxford Dictionary devido à sua significância cultural ou seja lá o que isso quer dizer.

Sem que me taxem de idoso, antigo, cringe, devo dizer que sou do tempo quando, sem internet, Twitter, se escreviam cartas, telegramas, bilhetes dos mais distintos teores, inclusive de amor e até os famosos “correios elegantes” nas festas juninas. Simples e diretos sem necessidade de tradução.

Jânio Quadros, ex–presidente do Brasil no início dos anos 60, folclórico, controvertido, professor de português, governava distribuindo bilhetes aos seus colaboradores. E, se havia mal-entendidos, era por conta do seu português rebuscado, pernóstico, culto e às vezes fora do cotidiano das pessoas. Dizem que fazia o mesmo com a esposa, Eloá. Imagino incluídos aí alguns de amor. Esteve casado com ela por mais de quarenta e oito anos, não sei se pelos bilhetinhos que, se não atrapalharam a relação, ajudaram. E, para os que não gostam dos bilhetinhos, recomendo enviar à amada um bombom famoso italiano, Baci Perugina, cujo envoltório prateado traz mensagens de amor em vários idiomas.

Os emojis podem aparecer em blocos específicos, misturados ou sozinhos. Os mais usados sãos os rostos e a variedade e o significado de cada um pode exigir a ajuda de um bom tradutor. Os de “eu te amo” aparecem às centenas, para todos os gostos e necessidades, desde um “te amo muito”, “com paixão”, “morro de amor”. Se eu enviar à moça-que-manda-em-mim uma figurinha dessas, é certo que ela vá entender a mensagem. Se enviar um Baci Perugina também. Mas na dúvida, prefiro o modo antigo, explícito, de próprio punho, eu te amo muito.

Abril, 2023

Posts recentes

Ver tudo

Kommentare

Mit 0 von 5 Sternen bewertet.
Noch keine Ratings

Rating hinzufügen
bottom of page