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A minha Copa do Mundo

  • Foto do escritor: Beto Scandiuzzi
    Beto Scandiuzzi
  • 10 de jul. de 2018
  • 2 min de leitura

A minha Copa do Mundo de futebol é a do México, 1970, Brasil tricampeão, a primeira vista completa, ao vivo e em cores pela TV. Com vinte e um anos, também foi possível entender toda a dimensão daquele evento futebolístico que se repete de quatro em quatro anos desde 1930 apenas interrompido nos anos de 1942 e 1946 devido à Segunda Guerra Mundial.

Mas é a Copa de 1958, jogada na Suécia, que me traz mais sentimentos. Eu tinha apenas nove anos, mas toda a Copa está formada na minha memória em apenas umas três ou quatro fotos de recordação. Não fotos, fotos, melhor seria dizer imagens. Nítidas como se fossem de ontem.

A primeira é a de um álbum da copa (não era de figurinhas como os de hoje), num papel fino e brilhoso, com as fotos das equipes participantes do mundial. A que aparece na minha memória, única, e sem que eu possa explicar, é a foto da equipe do Paraguai com seu lindo uniforme azul, vermelho e branco em listas verticais. Junto com Brasil e Argentina eram os participantes sul-americanos.

A outra foto é da praça da Estação da Mogiana, em frente à Sorveteria dos Marçolas, com uma pequena e atenta multidão reunida, quase toda a cidade, ouvindo o jogo pelo rádio que o Hugo havia conectado a um alto-falante no alto da sua alfaiataria num domingo meio frio e nublado. Mas do que prestar atenção ao jogo, eu brincava com meus amigos na praça, sem ter nenhuma ideia de onde chegava aquela voz ligeira e dramática do narrador gritando gols enrolada em chiados agudos.

E a última, talvez a mais simbólica imagem, mostra o fundo de uma assadeira de pães coberto com farinha de trigo com um resultado de jogo escrito a mão: Brasil 2 x 1 Suécia. Era véspera do jogo final e estávamos na padaria do “Gerardo”, onde eu fazia um bico depois das aulas entregando pães nas casas e armazéns. O prognóstico era do Lelo, padeiro de oficio, meu cunhado e amigo e que me ensinou a gostar do Corinthians e de futebol. Ele errou o resultado, mas acertou o ganhador. Brasil campeão mundial de futebol por primeira vez.

Junho, 2018

Me lembro que logo depois do mundial eu aprendi, orgulhoso, a escalar a seleção brasileira campeã, no velho esquema WM que era como jogavam as equipes naqueles tempos. Mas eu demorei para aprender que o baixinho da ponta esquerda era o Zagallo. Eu insistia em chamá-lo de Zégalo, como todos lá da cidadezinha onde nasci.

 
 
 

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