O Rei Pelé
- Beto Scandiuzzi
- 29 de nov. de 2024
- 2 min de leitura

De vez em quando em rodinhas de amigos ou programas esportivos escuto discussões acirradas sobre quem foi o maior jogador de futebol de todos os tempos. Em geral, a disputa recai sobre Pelé, Maradona e Messi. Acho ridícula a discussão e me recuso a participar. Pelé e Maradona foram os melhores em suas respectivas épocas, assim como Messi muito provavelmente é nos tempos atuais. E ponto-final.
Falo disso neste mês de outubro, ainda de pouca chuva, quando Pelé completaria 84 anos. As últimas gerações não sabem o que jogava esse senhor cujo nome de batismo é Edson Arantes do Nascimento e que nos deixou em dezembro de 2022. Foi jogador de futebol, mas, dizem os entendidos, poderia ter triunfado em qualquer prova do atletismo daquela época pela sua incrível capacidade física: saltava 1,80 m. de altura, 6,50 m. de distância e corria 100 m. em 11 segundos.
Marcou mais de mil gols, interrompeu uma guerra, fez o público expulsar um juiz que o havia expulsado, fez sofrer milhões de torcedores adversários. Eu incluído. Jogou quatro Copas do Mundo alcançando o ápice em 1970 no México quando levou o Brasil ao tricampeonato mundial e à conquista definitiva da Taça Julius Rimet. Foi num 21 de junho, 54 anos atrás, que o Brasil jogou a final contra a poderosa Itália. Fora um gol que o juiz inexplicavelmente anulou, Pelé fez outro e deu passes para outros dois na goleada de 4x1. Um deles, o do Carlos Alberto, considerado por muitos um dos mais lindos de todas as Copas.
Olhando o vídeo dessa final é possível perceber que jogavam de outra forma, em outro ritmo, em outra velocidade. Mas ali estavam em campo alguns dos melhores jogadores do mundo daquela época. E, como já vi as imagens várias vezes, em cada uma delas observo um detalhe. Foi mais ou menos aos 25 minutos do primeiro tempo. Pelé avança com a bola sobre a defesa italiana, sofre uma sarrafada por trás e vai ao solo. O juiz apita a falta, e Pelé fica se contorcendo em dor esfregando a canela. Mário Américo, o massagista brasileiro, entra em campo para atendê-lo e é expulso pelo árbitro que era da antiga República Democrática da Alemanha, comunista, já extinta, e que de democrática não tinha nada. Pelé continua caído, reclama ajuda, o árbitro não lhe dá atenção e gesticula veementemente para que se levante autorizando o reinício do jogo. O jogo é reiniciado, Pelé se levanta manquitolando e continua a jogar.
Neymar e muitos outros jogadores deveriam ver esse lance. É só ir lá no YouTube.
N.A. - Há 50 anos atrás, na lendária Vila Belmiro, contra a gloriosa Ponte Preta, Pelé se despedia do futebol. Voltaria a jogar no New York Cosmos um ano depois.
José Humberto Scandiuzzi
É engenheiro e autor de três livros de crônicas. Escreve no blog www.blogdobeto.com.br
Olá Padrinho!
Incrível saber que Pelé foi jogador da Ponte Preta, me parece que meu avô paterno também. Muito bom!!
Ótima crónica, sem dúvida nenhuma foi o melhor jogador de todos os tempos.
Pelé, êle jogou presencialmente em todos os cantos do mundo. Todos queriam tirar uma foto com êle, Reis, Rainhas, Presidentes, Primeiro Ministro, Ditadores, artistas, escritores, jogadores, pessoas comuns. É emblemática a foto dele com a rainha Elizabeth e o Senador Robert Kenedy. No exterior se você quisesse sair de alguma situação incômoda, era só pronunciar este nome: Pelé.
História curiosa e interesse deste craque de bola!