Oscar 2022

Cinéfilo de carteirinha, todos os anos nessa época fico agitado esperando: primeiro as indicações para os prêmios Oscar e, segundo, para o grande evento final com os ganhadores, e que esse ano se realizará no dia 27 de março.  E a grande pergunta no ar: finalmente ganhará a Netflix como o melhor filme? Não tenho a resposta, vem passando perto todos os anos, com vários prêmios, menos o de melhor filme. Esse ano também emplacou várias indicações, duas ao prêmio máximo ao lado de outros streamings renomados como Amazon e HBO Max.

Um dos filmes indicados da Netflix, que em português recebeu o título “Ataque dos cães”, (Power of the dog, em inglês, referência a uma citação bíblica), é o líder com doze indicações e me impressionou muito quando o vi recém-lançado em dezembro do ano passado. Confesso que em alguns momentos me encontrei remexendo na poltrona, inquieto, tenso, incomodado com o desenrolar do filme. Sem poder tirar os olhos da TV. E pensei logo, forte concorrente ao Oscar.

Se trata de um faroeste? Dá a impressão que sim, pela época, se bem que já um pouco tardia, 1925; pelo lugar, um oeste americano longínquo, um rancho onde se cria gado e os personagens se vestem de vaqueiros, são rústicos, andam a cavalo e carregam armas. Porém, não há tiroteios, nem duelos, nem xerife, nem sangue, e a crueldade é toda psicológica. Por isso, melhor seria classificá-lo como um drama familiar, onde transpiram as fragilidades e misérias humanas, dilemas, ciúmes, medo e por que não, o amor e um certo erotismo.

Contada com extrema sensibilidade pela neozelandesa Jane Campion, também indicada ao Oscar de melhor direção, o filme é envolvente, tem um ritmo compassado, diálogos precisos e uma fotografia exuberante, de tirar o folego, também com indicação ao Oscar. Já levou o Leão de Prata no festival de Veneza e o Globo de Ouro. Será a vez da Netflix? A sorte está lançada.

Fevereiro, 2022

NA – Vários filmes concorrentes ao Oscar só foram lançados no cinema, uma reação dos grandes estúdios de Hollywood aos streamings? Talvez, para quando passe a pandemia. Espero!